Monday 17 September 2007

Pra falar das meninas.



O que me leva a falar do assunto é uma campanha do governo e da sociedade aqui no Egito para impedir a “mutilação genital” feminina, em outras palavras, o corte cirúrgico de parte do clitóris e dos lábios vaginais, uma puta sacanagem para falar português bem claro.

Você pode perguntar o por quê disso. Ora, assim as meninas quando crescerem não terão desejo sexual ativo e a família pode ficar mais sossegada em relação às virtudes da moça antes do casamento.
E não pense que essa cirurgia\sacanagem é uma tradição mulçumana - religião dominante aqui e que é conhecida pela repressão feminina. Desde os tempos faraônicos no Egito e pelo menos nas comunidades banhadas pelo Nilo em sua extensão por outros países esta prática é comum em famílias cristãs, mulçumanas e até em algumas outras religiões africanas. Segundo um relatório do Unicef, em 2005 97% das mulheres entre 15 e 49 anos no Egito eram “sexualmente mutiladas”.

Se esta violência contra as meninas já não fosse suficiente tem mais um pequeno detalhe. Quase que todas estas cirurgias são feitas clandestinamente por supostos médicos tribais sem os cuidados básicos de higiêne, anestesia, remédios e acompanhamento pré e pós cirurgico. Não é preciso imaginar muito para se ter uma idéia da quantidade de efeitos colaterais que estas meninas sofrem, fisica e psicologicamente. Muitas vezes inclusive causando a morte.
Em junho de 2007, após uma menina de 12 falecer durante uma mutilação, mas anos depois de muita pressão das entidades de direitos humanos e de personalidades como a primeira-dama do país, Susanne Mubarak, o governo egípcio, juntamente com autoridades islâmicas e cristãs, anunciou a proibição deste tipo de cirurgia. Os líderes religiosos inclusive afirmaram que tal ato fere profundamente os princípios tanto islâmicos como cristãos.
Ok, estamos falando de Egito, Sudão, Etiópia, ou seja, a África, e qualquer um que esteja um pouco mais antenado no mundo sabe que o controle do estado político em qualquer país do continente é extremamente frágil. Sudão, Somália e Etiópia entram e saem de guerras civis constantes e mesmo no caso de governos mais fortes, como a “ditadura democrática” do Egito, a falta de educação primária e cultura fazem com que estas tradições arcaicas e brutais se perpetuem por gerações.
Tanto que, agora no começo de agosto, outra menina,de 13 anos, faleceu no Egito. Ela foi operada, mutilada e assassinada numa clínica particular no noroeste do país. As autoridades fecharam a clínica, mas isso mostra como mesmo com as campanhas e com a lei do estado que proíbe tal procedimento, os pais continuam mutilando suas filhas e não é difícil encontrar onde fazê-lo.
Para falar destas meninas, acabei falando de religião e política, mas não é sobre isso, é sobre elas, sobre como em nosso tempo pessoas de “bem”, eu suponho, ainda praticam essa violência contra seus entes queridos.
Aqui num país mulçumano, como eu falei antes, é escancarado o quanto as mulheres estão num segundo plano na estrutura da sociedade. A roupa e o véu cobrindo o corpo, a proibição de acesso em determinados lugares e principalmente a falta de opção quando o assunto é decidir a própria vida. E tudo começa num ato que aparentemente é puro controle sexual, mas vai além, é um controle de caráter, de vontade, da vida.

Thursday 13 September 2007

Menos poluição

E começou o Ramadã! Ficamos altamente impressionados – o Julien, ex-fumante beirou o inconformismo – de não ver um único ser nesta cidade com um cigarro na boca durante o dia! Nada de fumaça na cara dentro dos táxis, nada de egípcios fumando shishas nos cafés, nenhuma pista de uma brasa soltando nicotina e intoxicando os pulmões dos fumantes – e dos não-fumantes! A poluição sonora, embora não tenha sumido (feito impossível aqui no Cairo), diminuiu bastante devido à quantidade reduzida de carros nas ruas, especialmente após a quebra do jejum (que hoje aconteceu às 18h05, segundo o nosso porteiro). Aliás, o Saied, nosso porteiro, diz ter aproveitado a onda do Ramadã para parar de fumar de vez! Como ele mesmo disse: Insha allah! (Deus queira!)
Quanto ao meu dia de Ramadã, foi um tremendo fiasco e comprovei mais uma vez que não nasci para ser muçulmana... Fui dormir com aquela neura de não poder beber água de manhã (costumo virar um copo de água, que já fica me esperando na mesinha de cabeceira, assim que acordo), e tive pesadelos durante a noite, o que me fez acordar várias vezes para tomar o copo de gole em gole antes do pôr-do-sol. Aí acordei umas 8h com aquele gosto de travesseiro na boca e não podia mais beber água. Pois bem, ignorei também meu sagrado café-da-manhã e lá fui eu para um looongo dia de trabalho para preparar uma matéria de vídeo sobre o Ramadã. Como sou muito mão-de-vaca e os preços todos aumentaram por causa do Ramadã, fiz vários deslocamentos a pé em vez de pegar um táxi e aquele solzão batendo na minha cabeça, a mochila pesadérrima com o equipamento de vídeo, o tripé e a câmera a tiracolo me fizeram clamar por água. Como é altamente indelicado tomar qualquer líquido na frente de pessoas que realmente não podem tomar – além de ser bem complicado achar algo para beber na rua este mês – esperei até chegar em casa e, pouco mais de seis horas depois do começo do meu jejum, lá estava eu virando um garrafão de água da geladeira de casa goela abaixo...
Bom, aprendi que o sacrifício que os muçulmanos fazem neste mês não é pequeno, apesar de, pelo menos os egípcios, terem lá as suas “gambiarras” para facilitar o jejum.
Para quem não sabe, o Ramadã é celebrado no nono mês do calendário lunar, período em que se acredita que o Alcorão começou a ser revelado ao profeta Maomé. Durante 29 ou 30 dias (depende do ano), os muçulmanos têm de ficar sem comer, beber, fumar, fazer sexo e ter pensamentos impuros (ha, quero ver conferirem este último!) do nascer ao pôr-do-sol.
Depois de o sol sumir atrás do horizonte, é hora da comilança! Muitas mesas são colocadas nas ruas, calçadas e outros locais públicos, onde os pobres recebem doações de comida dos mais afortunados e generosos. Ironicamente, aqui na casa-barco, quem nos convidou para comer foi justamente a família humilde do nosso porteiro. Bunis, olhem eles aí...



Bom, mas voltemos às gambiarras. O desjejum é o começo do dia dos egípcios, que, se já costumam ter a vida noturna mais agitada que eu já vi, viram perfeitos vampiros durante o Ramadã. Depois do desjejum vêm as séries e novelas especialmente produzidas para este mês (imaginem, que maravilha, novela sem embromação?). Os filmes “inéditos” anunciados nas TVs não começam antes das 2h da madrugada. Aliás, este é o horário que todos costumam comer pela segunda vez, muitos em restaurantes. Depois da noitada, todos vão dormir para acordar lá pelas 11h ou meio-dia do dia seguinte. Aliás, as jornadas de trabalho e das escolas são reduzidas durante este mês.
Agora, façam as contas: acordar ao meio-dia e desjejuar às 18h é exatamente o tempo em que eu fiquei de jejum hoje! Então, pelo menos uma muçulmana egípcia eu poderia ser! Obviamente se no pacote não viessem tooodas as problemáticas de não haver igualdade de direitos entre os sexos nem a obrigação de se cobrir dos pés à cabeça num verão de 40ºC, entre outros detalhes...



Aqui um exemplo da comilança pós-pôr-do-sol, em Zamalek

Monday 10 September 2007

O Natal está chegando!



Véspera de Ramadã aqui no Egito me lembra muito os dias que antecedem o Natal. Semanas antes do Natal eu já costumo me sentir diferente, com uma alegria interior inexplicável. Em Londres, as pessoas esquecem a tristeza do inverno e ficam mais gentis umas com as outras, além de tudo ser motivo para comemorar com um jantar ou algumas (no caso dos londrinos, muitas) cervejas num bar.
Voltando ao Cairo, aqui todos também parecem ansiosos com a chegada do Ramadã, que começa na próxima quinta-feira, dia 13. Só de mencionar a palavra para o nosso porteiro, os olhos dele brilharam, acompanhados de um sorriso.
Nos supermercados, em vez de panetones podem ser vistas sacolas com alguns ingredientes básicos para a cozinha (arroz, macarrão, várias sementes, como lentilhas e feijão, óleo e outros mantimentos), além de muuuuuitas nozes, frutas secas e doces típicos do mês de jejum.



Aí as "sacolas-básicas" no supermercado






Mas vamos às curiosidades, que começam justamente com o tal jejum. Existe uma verdadeira corrida aos supermercados e vendinhas de comida e a maioria dos egípcios que conheço disse que engorda durante o mês, apesar de não se poder ingerir nada desde o nascer até o pôr-do-sol. Ah... mas depois do pôr-do-sol vem a desforra: todas as famílias cozinham seus pratos favoritos, com aquelas receitas de vó que tendem a ser altamente deliciosas e calóricas, quitutes de sobremesa (tudo com toneladas de açúcar, como os egípcios adoram) e convidam parentes e amigos para a ceia fenomenal. E não é um dia de comilança, como nós temos no Natal (ou dois, no caso da família do Julien, que faz uma ceia pós-natalina com as "sobras"), são 30 dias indo e vindo de casas de amigos e parentes, convidando pessoas para sua casa, tudo regado com o que é proibido durante o dia inteiro.
Aliás, não é só proibido comer durante o dia, como também beber (água, inclusive) e fumar. Esta última proibição é a que está me deixando mais curiosa... Quero só ver como os homens-chaminés egípcios vão passar o dia sem fumar. Os taxistas, que praticamente acendem um cigarro no outro, os desocupados, que fumam para passar o tempo, os egípcios que passam horas a fio nos cafés pitando shishas... Quero só ver. Diz o dono do nosso barco - que obviamente também fuma - que nos primeiros três dias a cidade fica em clima de neurose por causa da restrição, mas depois passa.
Ah! E saliva também é considerada líquido, portanto, não pode dar beijo de língua durante o dia. Sexo, então... Só depois de o sol se pôr. O dia durante o Ramadã serve para você seguir à risca os preceitos do Islã e, portanto, valorizar mais do que nunca a sua vida espiritual. Gosto da idéia e acho que, pelo menos na quinta-feira, vou seguir o jejum para ver como é.



Estas lanternas podem ser encontradas espalhadas pela cidade inteira. Além disso, os supermercados mais chiques vendem cestas de frutas secas, nozes, copos e outros enfeites pintados com símbolos do Ramadã.

Após o início do Ramadã trago as novidades! Aliás, a ordem para os consumidores de álcool é: estoquem cerveja antes do Ramadã, porque as lojas de bebidas alcoólicas ficam fechadas durante o mês inteiro! E o conselho para os mais endinheirados (sim, aqui somos considerados assim): se preparem para ser mais generosos do que nunca, pois todas as gorjetas devem ser, no mínimo, dobradas, além das libras egípcias que você deve distribuir sem pedir nada em troca.

Tuesday 4 September 2007

Domingo em Alex

Voltando ao nosso fim-de-semana de Alexandria, depois de esgotar o turismo na cidade, resolvemos ir até Rosetta, onde foi descoberta a famosa pedra que forneceu o código para decifrar os hieróglifos (como grande parte das riquezas encontradas no Egito, a pedra de Rosetta se encontra atualmente no British Museum, em Londres, e o Museu do Cairo tem de se contentar com uma foto reproduzindo a dita cuja). Além disso, é ali que o rio Nilo deságua no mar e achamos que iria ser uma boa oportunidade para finalmente fazer um passeio de barco pelo Nilo (já que há meses estamos estacionados no mesmo lugar do rio!).
Depois de mais de uma hora torcendo para chegarmos a Rosetta inteiros - já que o taxista desconhecia leis de trânsito como limite de velocidade e ultrapassagens em certos trechos da estrada -, sentada no banco traseiro de um carro pré-histórico, sem cinto, passeamos pelo microvilarejo e, apesar de ter sido um passeio simples, sem grandes atrações, foi uma supresa agradável ver mesquitas muito antigas e humildes e conversar com pessoas sorridentes e bem-humoradas na rua.
O tal passeio no Nilo foi uma decepção. Foram 15 minutos até uma mesquita, uma visita rápida, porém interessante, e 15 minutos de volta. Nada de ir até a boca do Nilo. Só de desforra, resolvemos ir até lá com o nosso taxista. Não existe nada por perto, apenas areia, terra e alguns postos de checagem da polícia...



Aqui a mesquita: simples, mas num lugar privilegiado e bucólico, na beira do Nilo





Algumas crianças em uma mesquita em Rosetta, com o Alcorão em punho



De volta a Alex, nada como relaxar numa praia no fim da tarde, já que o nosso trem de volta ao Cairo era apenas à noite. Depois de ver alguns banhistas no dia anterior, eu já tinha desistido da idéia de usar biquíni e já tinha me preparado psicologicamente para entrar no mar de short e camiseta. Mas não ficamos na praia por mais de cinco minutos. A pequena faixa de areia estava abarrotada de gente - todas as mulheres de lenço na cabeça, calça e camiseta de manga comprida, o sol estava escaldante, não tinha um lugar para comprar ao menos uma água e só de pisarmos no local metade da praia olhou para nós. Antes de falar mal do Boqueirão, Guarujá ou de qualquer outra porção de areia considerada menos atraente na costa brasileira, dêem uma olhada nisto:





A volta ao Cairo foi um pouco tumultuada. Depois de uma confusão do vendedor de passagens no dia anterior, que nos fez perder o trem das 19h30 e chegar uma hora e meia antes do trem das 21h30 para tentar conseguir um assento (na segunda classe, of course), o trem finalmente chegou. Na plataforma, dezenas e dezenas de pessoas se empurrando para entrar no trem, todos com milhares de malas, caixas de papelão e uma criançada ligada no 220. Quando conseguimos vencer a multidão e entrar no trem, onde estava o ar-condicionado? E, mais importante, a luz???? Lá estavam todos com a maravilha da tecnologia que é o celular, na maior escuridão, iluminando os números das poltronas com a telinha dos aparelhos. Mas o pesadelo durou pouco. Pelo menos este. A luz voltou, o ar-condicionado começou a funcionar e o trem... não saiu. Durante quase duas horas ficamos parados na estação de Alexandria esperando o início da viagem de volta, ao som de sete crianças rebeldes que nos acompanhavam no vagão...



O estado do "vagão-restaurante" antes da saída. Durante a viagem, o lugar virou o fumódromo da galera, que bebericava muito chá e café.

Sunday 2 September 2007

O Guarujá dos egípcios

Como vamos deixar o Egito antes do previsto, resolvemos fazer turismo todo fim-de-semana, até irmos embora. É por isso que resolvemos enfrentar a muvuca de Alexandria antes do fim da temporada, quando TODO o Oriente Médio parece dar uma passadinha pela cidade, que fica na costa do Mediterrâneo.
Seria a nossa primeira viagem de trem pelo Egito e, pensando na precariedade dos táxis e dos ônibus no Cairo, as nossas expectativas de ter uma viagem agradável de trem eram bastante baixas - ainda mais quando o Julien voltou com as passagens de segunda classe, porque as da primeira já tinham esgotado. Já estava eu pensando naqueles trens brulhentos e enferrujados de 1800 e bolinha, com egípcios com 14 filhos e 75 malas e caixotes, além das gaiolas com galinhas, fazendo aquela farofa dentro do trem, todo mundo naquele suadouro sem fim por causa da falta de ar-condicionado.
Ao entrar no trem, qual não foi nossa surpresa quando o ar estava bem mais fresquinho do que do lado de fora! E as poltronas, confortáveis, e os passageiros relativamente comportados.



A chegada a Alex, no trem espanhol (velho, mas inteiro!)

A decepção veio mesmo depois. Ao chegar em Iskenderiyya (Alexandria, em árabe), a capital do Egito na época do Império Romano, fundada por Alexandre, o Grande, governada por Cleópatra, berço de uma das antigas Sete Maravilhas do Mundo (o já inexistente Farol de Alexandria), o que pudemos ver era uma cidade suja, barulhenta e bagunçada, com monumentos turísticos mal-cuidados e muito menos aceitação de marcianos (é assim que eu me sinto aqui no Egito, pois as pessoas não páram de olhar, como se viéssemos de outro planeta) por parte da população local do que no Cairo.
Por outro lado, ninguém pode vir ao Egito sem passar por Alexandria e toda cidade, por mais decadente que esteja, tem suas vantagens: ficamos num hotel maravilhoso e longe de ser impagável (o Cecil, um dos hotéis mais estilosos e antigos da cidade, com uma vista linda do mar), comemos foul e tammiyya maravilhosos numa lanchonete supersimples e baratíssima (Mohammed Ahmed), caminhamos horas pela beira do mar (obviamente sem passar despercebidos por todos os turistas árabes), e comemos peixe e camarão divinamente suculentos no Fish Market (um dos poucos lugares em Alexandria que servem uma cervejinha gelada).



A vista da sacada do nosso quarto



O prato de mezze do Fish Market. Detalhe: isto é apenas o couvert, depois ainda vem o peixe!


Obviamente, demos azar de encontrar o Museu Greco-Romano fechado para reforma, mas conseguimos descer às catacumbas de Kom Ash-Shuqqafa, que são beeem legais.
A volta ao Cairo, bom... não foi tão confortável quando a ida a Alex (é o apelido que a galer daqui dá à cidade). Conto em outro post, senão vocês não vão ter paciência de ler este até o fim!

Encontro pela Internet

Quando me convidaram para entrar no Orkut, fiquei um tanto quanto apreensiva, pois via a febre de algumas pessoas que não conseguiam passar mais de uma hora sem dar uma checadinha no site. Mas como eu não tenho muita paciência para passar ainda mais horas em frente ao computador, além das que eu já tenho de passar para trabalhar, virei uma "orkuteira-turista", dando uma entradinha a cada duas ou três semanas para dar uma olhada nos meus recados. Mas desde o ano passado, o orkut virou uma importante fonte para encontrar brasileiros perdidos pelo mundo para as minhas pautas. Aconteceu novamente esta semana.
Depois de um fim-de-semana de turismo pelo Cairo, cheguei em casa e recebi um telefonema do meu chefe. Era um domingo, terceiro dia dos incêndios na Grécia, e ele resolveu me enviar para lá assim que eu conseguisse uma passagem, ou seja, na segunda-feira. A idéia era fazer alguns boletins de rádio e um boletim para a Band na própria segunda-feira à tarde e, na terça-feira, produzir uma matéria de vídeo e Internet. Antes de ligar para a embaixada brasileira na Grécia (que, aliás, NUNCA me ajudaram a encontrar personagens para as minhas matérias), passei pelo menos duas horas no Orkut enviando mensagens para os integrantes das comunidades "Brasileiros na Grécia" e afins.
Na terça-feira, após vários recados postados no meu orkut e alguns telefonemas, eis que garanti três boas entrevistas: a de uma brasileira que ajudou a apagar um incêndio em Atenas, de um brasileiro que interrompeu a viagem no Peloponeso por causa de um incêndio na estrada, e de um outro brasileiro que ajudou a salvar a vila onde o pai nasceu das chamas, na ilha de Evia.
Na hora da correria, nada como o velho e bom boca-a-boca, só que mais eficiente e pela Internet! Quem disse que eu nunca marcaria um encontro pela Internet?! :-)



Olhem um dos meus entrevistados aí.