Sunday 19 July 2009

Ah, a maternidade...



A Mila completa quatro meses de vida depois de amanhã, já deve estar com o dobro do peso com o qual nasceu e está cada dia mais esperta, curiosa e, obviamente, linda! E, apesar de eu ser novata no metier maternidade, já entendo perfeitamente o famoso ditado "Ser mãe é padecer no paraíso".



A gente padece porque:
- Tem dias em que me sinto uma imensa lata de leite. Mila chora. Não é fralda suja, porque acabei de trocar. Não é sono, porque ela acabou de acordar. Não é tédio, porque acabei de passar horas entretendo a pequena de todas as formas possíveis. Ah, sim. É só abaixar a blusa e colocá-la no peito e a paz é restaurada... Será que ela gosta da mãe ou sou apenas um latão de leite para ela?
- Saudades do trabalho... De ir ao cinema com o Julien e depois jantar fora, de ir para a yoga sem antes ter de se preocupar em tirar leite e dar de mamar, de ir a festas sem hora para voltar para a casa, de beber...
- Entreter um bebê todos os dias durante horas para ele não ficar entediado às vezes dá tédio.
- Só se percebe como dormir é importante quando já não se pode mais fazê-lo direito, ou seja, com a chegada de um bebê à casa. Não me lembro mais quando dormi mais de quatro horas seguidas...
- Às vezes é desastrada e acaba com o humor de um bebê todo contente e sorridente com uma simples escapadela do tubo de Hipoglós da mão, que vai pousar bem dentro do olho do bebê só para ele cair em um choro estridente, desesperado e inconsolável. Receita para se sentir a pior mãe do mundo...



Por outro lado, estamos no paraíso porque:
- Tem horas que sinto que o único porto seguro da Mila é meu peito, meu colo, o calor e o carinho que dou para ela quando ela está mamando. E o aconchego de um bebezinho em seus braços é algo indescritivelmente delicioso, que ativa todas as endorfinas possíveis e te dá uma imensa sensação de bem-estar e felicidade...
- Não tem cinema, mas tem filme em casa, com a vantagem de ter a Mila por perto para matar as saudades, que costumam bater após meia hora sem ela. Ainda dá para ir a festas, apenas temos de sair mais cedo e para mim, pelo menos, elas são regadas a cerveja sem álcool. Ok, detox forçado. É só pensar no bem que o leite materno vai fazer para minha filha que não me importo em pegar leve durante mais um ano!
- Durante horas de entretenimento e brincadeira você vive momentos inesquecíveis, como a primeira vez que o bebê olha para você e "fala" contigo, quando ele solta a primeira gargalhada (e todas as outras a seguir, igualmente inesquecíveis), quando levanta a cabeça do chão, quando aprende a rolar, quando ri das tentativas mais inesperadas de tentar entretê-lo (como parar na frente dele e balançar o corpo de um lado para o outro, como um orangotango), quando acalma ao dançar agarradinho no seu corpo...
- Quando o bebê resolve dormir bem, dá vontade de ficar acordada admirando aquela coisinha linda dormindo, imaginando o que ela deve estar sonhando. Isso quando não bate a vontade de acordá-la só para abraçá-la e enchè-la de beijos...
- Quando o nenê chora inconsolavelmente e ele se acalma nos seus braços, ouvindo sua voz e sentindo seu cheiro.

Cansa. Preocupa. Frustra. Esgota a paciência. Mas impressionantemente, nada disso tira o prazer de ser mãe! É, sem dúvida, uma das melhores coisas que já aconteceram na minha vida! Será que não dá para inventar alguma fórmula para bebês demorarem mais para crescer?