Wednesday 9 September 2009

Pequena sereia



Após muita persistência para conseguir um lugar na aula de natação do centro de esportes da subprefeitura do nosso bairro (que fica a dois minutos a pé da nossa casa), a Mila finalmente fez a primeira aula dela esta semana. Munida de uma calcinha de biquíni que, segundo o fabricante, funciona também como fralda e portanto evita qualquer vexame para os pais na piscina, lá foi o peixinho para dentro d'água! E que peixinho!

Ela adorou a aula! Não reclamou nem quando tínhamos de jogar água na cabeça e molhar a cara dela! Ficou tão ansiosa com tanta novidade e de estar em um ambiente totalmente diferente, que não parava de balançar as perninhas freneticamente! E a mãe, manteiga-derretida do jeito que é, até ficou com os olhos marejados quando o professor jogou um ursinho de borracha para ela pegar na água.

Fui conduzindo ela até o ursinho, fazendo curvas de um lado para o outro, e ela foi seguindo o ursinho com os olhos o tempo todo, até chegar nele e imediatamente pegá-lo delicadamente com as pequenas mãozinhas e colocá-lo na boca! O pai, que registrava tudo do lado de fora da piscina, ficou com vontade de pular para dentro e participar de tudo.

O máximo, o máximo! Recomendo natação para todos os bebês, eles simplesmente amam a experiência! Quero só ver quanto progresso ela vai fazer até o fim do curso, em dezembro!

Saturday 5 September 2009

Chupeta x Dedão



Quando eu ainda estava grávida (parece que faz taaaanto tempo!), uma amiga minha me perguntou se eu já tinha decidido se iria usar chupeta com a Mila e se eu tinha algo contra o tal "pacifier", como os americanos gostam de chamar este pequeno e polêmico artefato de borracha. Na época ainda nem pensava em como cuidar da Mila quando ela chegasse e respondi: "Não sei, mas acho que não tenho nada contra, não..."

Pois bem. Depois do nascimento da Mila, já devidamente instruídos sobre os prós e contras da chupeta, resolvemos tentar evitá-la até onde fosse possível. Foram choros e escândalos sem fim, que agüentamos com a firme certeza de que se a Mila não provasse a "maçã do pecado" iria se acostumar sem ela e um dia não chorar mais.

O Julien chegou até a comprar uma chupeta após uma semana de muito choro da Mila e desta que vos escreve, por puro desespero. Brigamos feio naquele dia e ele devolveu a chupeta na loja. Minha sogra começou uma campanha interminável de "dá logo a chupeta para a menina" e aí sim, por pura teimosia, resolvemos agüentar sem ela.

Um dia a Mila deu aquele escândalo no ônibus. Peguei ela no colo, não adiantou. Deitei ela no carrinho, não adiantou. Enfiei o braço da bonequinha de pano dela na boca. Resolveu. Uma mulher que estava sentada na minha frente e acompanhou todas as minhas tentativas virou para mim e perguntou: "Ela não tem chupeta?" Eu, com aquela cara de palmito, respondi: "É, estamos tentando evitar...", já quase me arrependendo da decisão.

A Mila sempre teve um instinto muito forte de chupar algo, então meu peito acabava sempre servindo de "chupeta humana". Aliás, aqui uma distorção da nossa sociedade moderna: o peito é, na verdade, a primeira e original chupeta e o que inventaram depois nada mais é do que um mamilo de borracha! Foi uma solução trabalhosa, mas ficamos felizes em recorer a ela naquela época. Eu estava ali, sempre ao lado dela, e preferia vê-la mamando no meu peito a chupar aquele troço horroroso.

Em um belo dia, quando a Mila já tinha quase 5 meses, ela achou o dedão! Para nós, foi a glória! Achávamos que finalmente a Mila conseguiria adormecer sozinha e teríamos noites menos quebradas pela frente. Ela também se acostumou a segurar uma fraldinha enquanto chupava o dedão, a coisa mais linda...

Mas estávamos errados em relação às maravilhosas noites de sono. É bem verdade que o dedão ajuda bastante a Mila a adormecer, mas ela ainda precisa de uns tapinhas no bumbum e um "reposicionamento" no berço pelo menos duas vezes por noite. E o mais preocupante: ela viciou no dedão de tal forma que o chupa quando está brincando, quando nos vê comer, quando toma banho ou simplesmente quando está com tédio. Dizem que é sinal de que o bebê precisa de algo - comida, conforto, entretenimento -, mas tentei de tudo e o dedão continua indo parar na boca durante o dia todo.

Ficam as perguntas: será que as noites em claro e a luta para agüentar os escândalos da Mila no começo da vida dela valeram a pena? Será que não vai ser ainda mais complicado convencê-la de parar de chupar o dedo? Será que teremos uma criança de 10 anos chupadora de dedo? Será que vamos ter de gastar uma fortuna no dentista para endireitar os dentes dela?

Dúvidas cruéis que nos atormentam como pais. Tudo por causa de uma coisinha ridícula de plástico e borracha...