Sunday 25 March 2007

Cerveja no deserto

As fotos que vimos na nossa escola de árabe e os depoimentos dos colegas que já fizeram a viagem ao White e ao Black Desert prometiam um fim-de-semana (que, aliás aqui é na sexta e no sábado) inesquecível: sol, dunas, noites com música tocada pelos beduínos, tenda a céu aberto, abarrotado de estrelas. E lá fomos nós na quinta-feira depois da aula rumo ao Saara animadíssimos com a nossa primeira viagenzinha no Egito!
Fomos em dez (dois ingleses, três dinamarqueses, um dominicano, um iraniano, uma alemã e dois brazucas) em um "microônibus", que nada mais era do que uma perua, rumo a Bahariya. Mais de quatro horas de estrada depois, incluindo parada para abastecer a perua, chá dos motoristas com os frentistas e reza numa mesquita na beira da estrada, chegamos em um hotel, de onde mudamos para dois jipes quatro por quatro e fomos dormir no deserto. Já estava escuro e o nosso guia foi dirigindo como se soubesse para onde estava indo. E eu pensei comigo: "Uau, os caras devem se guiar pelas estrelas ou então - menos interessante - eles fazem sempre o mesmo caminho e já o sabem de cor." Nem uma coisa nem outra: o segredo é... um GPS! Pois é, não se fazem mais beduínos como antigamente...
Bom, chegamos na porção de areia que íamos ocupar naquela noite e estava ventando muito, muito mesmo. Em alguns minutos, a nossa proteção estava montada. O esquema é todo profissa: os dois carros são parados em L e dois caras os aproveitam para estender um lençolzão na lateral deles. Em seguida, estendem uns tapetões no chão, jogam uns colchonetes fininhos, colocam duas mesinhas baixas e pronto! Está montada a nossa sala de jantar! Só faltava a cerveja. Bom, não podemos esquecer que estamos num país muçulmano, portanto, sem hábito de consumo de bebida alcoólica. Mas qual foi a nossa surpresa quando perguntamos por cerveja e o guia sacou seu celular e encomendou algumas garrafas! A decepção: quem não tem hábito também não tem noção de que cerveja se toma gelada... Ela veio morna, morna...

O jantar foi uma delícia e depois veio a cantoria dos beduínos. Tudo muito gostoso, em volta da fogueira, acompanhado, como não poderia deixar de ser, do "shay", o chá preto, que era feito com um pouco da brasa da fogueira. O troço é beeeeem doce, mas por incrível que pareça, mesmo assim muito gostoso... Olhem aí a foto do preparo do chá. O flash estragou o ambiente e deixou as brasas brancas, mas, pelo menos dá uma idéia de como era feito...
Aguardem as histórias do dia seguinte! Infelizmente, elas não são as melhores possíveis...

1 comment:

  1. Disque-cerveja no deserto.... por esta eu não esperava!!!!
    beijo ao casal

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