Tuesday 4 September 2007

Domingo em Alex

Voltando ao nosso fim-de-semana de Alexandria, depois de esgotar o turismo na cidade, resolvemos ir até Rosetta, onde foi descoberta a famosa pedra que forneceu o código para decifrar os hieróglifos (como grande parte das riquezas encontradas no Egito, a pedra de Rosetta se encontra atualmente no British Museum, em Londres, e o Museu do Cairo tem de se contentar com uma foto reproduzindo a dita cuja). Além disso, é ali que o rio Nilo deságua no mar e achamos que iria ser uma boa oportunidade para finalmente fazer um passeio de barco pelo Nilo (já que há meses estamos estacionados no mesmo lugar do rio!).
Depois de mais de uma hora torcendo para chegarmos a Rosetta inteiros - já que o taxista desconhecia leis de trânsito como limite de velocidade e ultrapassagens em certos trechos da estrada -, sentada no banco traseiro de um carro pré-histórico, sem cinto, passeamos pelo microvilarejo e, apesar de ter sido um passeio simples, sem grandes atrações, foi uma supresa agradável ver mesquitas muito antigas e humildes e conversar com pessoas sorridentes e bem-humoradas na rua.
O tal passeio no Nilo foi uma decepção. Foram 15 minutos até uma mesquita, uma visita rápida, porém interessante, e 15 minutos de volta. Nada de ir até a boca do Nilo. Só de desforra, resolvemos ir até lá com o nosso taxista. Não existe nada por perto, apenas areia, terra e alguns postos de checagem da polícia...



Aqui a mesquita: simples, mas num lugar privilegiado e bucólico, na beira do Nilo





Algumas crianças em uma mesquita em Rosetta, com o Alcorão em punho



De volta a Alex, nada como relaxar numa praia no fim da tarde, já que o nosso trem de volta ao Cairo era apenas à noite. Depois de ver alguns banhistas no dia anterior, eu já tinha desistido da idéia de usar biquíni e já tinha me preparado psicologicamente para entrar no mar de short e camiseta. Mas não ficamos na praia por mais de cinco minutos. A pequena faixa de areia estava abarrotada de gente - todas as mulheres de lenço na cabeça, calça e camiseta de manga comprida, o sol estava escaldante, não tinha um lugar para comprar ao menos uma água e só de pisarmos no local metade da praia olhou para nós. Antes de falar mal do Boqueirão, Guarujá ou de qualquer outra porção de areia considerada menos atraente na costa brasileira, dêem uma olhada nisto:





A volta ao Cairo foi um pouco tumultuada. Depois de uma confusão do vendedor de passagens no dia anterior, que nos fez perder o trem das 19h30 e chegar uma hora e meia antes do trem das 21h30 para tentar conseguir um assento (na segunda classe, of course), o trem finalmente chegou. Na plataforma, dezenas e dezenas de pessoas se empurrando para entrar no trem, todos com milhares de malas, caixas de papelão e uma criançada ligada no 220. Quando conseguimos vencer a multidão e entrar no trem, onde estava o ar-condicionado? E, mais importante, a luz???? Lá estavam todos com a maravilha da tecnologia que é o celular, na maior escuridão, iluminando os números das poltronas com a telinha dos aparelhos. Mas o pesadelo durou pouco. Pelo menos este. A luz voltou, o ar-condicionado começou a funcionar e o trem... não saiu. Durante quase duas horas ficamos parados na estação de Alexandria esperando o início da viagem de volta, ao som de sete crianças rebeldes que nos acompanhavam no vagão...



O estado do "vagão-restaurante" antes da saída. Durante a viagem, o lugar virou o fumódromo da galera, que bebericava muito chá e café.

1 comment:

  1. Mantra: "a gente adorao guarujá. a gente adora o guarujá"

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